Feito uma Fênix (ou seria um Pterodáctilo?) eis que, das
cinzas do Jurassic Park, surge o Jurassic World, um parque interativo
com dinossauros hiperativos que promete levar os seus visitantes a uma viagem
muito além da imaginação! Isso é, desde que os viajantes não encontrem pelo
caminho um dino veloz e furioso!
Há 22 anos o Jurassic
Park - Parque dos Dinossauros (1993), de Steven Spielberg, encantou o mundo
e abriu um leque de especulações, que dura até hoje, sobre os avanços da
ciência na recriação e ou clonagem (via DNA) destes curiosos animais extintos há
65 milhões de anos. Enquanto a ficção (?) não se torna realidade, Hollywood continua
dando pano pra manga (e bolso). Lustrando o velho âmbar de Michael Crichton, o
produtor Spielberg, atento ao desejo dos fãssauros, por mais uma (?) viagem à Isla Nublar, convocou o diretor Colin Trevorrow para desvelar ao grande
público o que ocorreu na ilha após os trágicos eventos de vinte anos atrás.
Trevorrow, por sua vez, se juntou aos roteiristas Rick Jaffa, Amanda Silver e
Derek Connolly para contar melhor essa história. Será que quatro cabeças pensam
melhor que uma? Hmn! Sei não!
Para quem é passageiro de quarta viagem, já deve estar
ciente de que a Isla Nublar, na Costa
Rica, agora abriga o Jurassic World,
um luxuoso parque temático internacional, patrocinado pelo bilionário Simon Masrani (Irrfan Khan), que deleita seus ricos visitantes com as maravilhas
do reino animal pré-histórico, criadas e manipuladas geneticamente pelo Dr. Henry Wu (BD Wong), que já trabalhou para a InGen, do Dr. John Hammond,
responsável pelo primeiro Park dos
Dinossauros. Ali a garotada pode cavalgar, acompanhar a rotina e até mesmo
de deliciar com o apetite voraz das feras. A grande novidade da temporada, para
um público que quer sentir medo, mas em segurança, é o gigantesco Indominus Rex, um espécime híbrido,
desenvolvido em laboratório por Wu,
que se nega a informar o seu potencial..., mesmo quando o dinossauro coloca em
risco a vida dos turistas e funcionários do parque.
E por falar em turistas azarados, Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins), os desgarrados sobrinhos da executiva workaholic Claire (Bryce Dallas Howard), durante um passeio seguro saem da trilha e...
Para resgatar os garotos Claire só pode
contar com a ajuda do simpático Owen
(Chris Pratt), o treinador de Velociraptor
que discorda da filosofia da empresa e anda em pé de guerra com o militarista Hoskins (Vincent D’Onofrio), que tem planos sinistros para os animais
domados. Se bem que...
Jurassic
World - O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World, 2015) segue a cartilha caixa registradora: em
franquia que está ganhando não se mexe. Assim, ainda que as ótimas sequências
de ação e aventura sejam divertidas (e praticamente sem sangue!), infelizmente o
roteiro tem cara de já visto: dois irmãos em perigo; um gigantesco dinossauro furioso
barbarizando tudo que encontra pela frente; um sujeito gente boa salvando o dia;
um vilão em apuros; um cientista mau-caráter..., e outros clichês tradicionais
do gênero e bem ao gosto spielberguiano.
Tudo bem (?) que um filme desse porte segue um padrão (clichê)
e o grande público não está nem aí pro “enredo”, já que sabe de antemão o que
irá acontecer e acaba se contentando apenas (?) com o “onde” e o “como” será o
desfecho. Todavia o quarteto (!) de roteiristas bem que podia ter caprichado
mais na trama (rasa) que faz várias referências (e um furo brabo!) ao Jurassic Park de 1993 e também presta homenagem
espirituosa ao Tubarão (1975) suplantado
pelos dinossauros.
Uma vez que o desenvolvimento dos personagens humanos é um (des)caso
perdido, cabe a alguns achados em sequências de ação, envolvendo Owen (Pratt) e os dinossauros ou só aos
dinos praticamente salvar o espetáculo em irretocável CGI. Quanto a apoteótica luta
final, que lembra a de um certo lagartão asiático que recentemente frequentou
as salas de cinema, acho que é coisa de família...
Enfim, considerando que Jurassic
World - O Mundo dos Dinossauros é um filme-pipoca, cuja trama oferece mais
do mesmo (gente gritando e gente correndo e gente virando petisco de
dinossauro); que o ótimo elenco, com destaque para Chris Pratt, faz o que pode
para dar alguma “credibilidade” a um roteiro chinfrim; que a onipresente trilha
sonora é insuportável e o humor leve ou tolo nem sempre funciona neste filme-família
(em crise!)..., ainda assim achei o show divertido e na maioria das vezes torci
pelos dinossauros.
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