quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Crítica: As Férias do Pequeno Nicolau


Quem está de volta, para dar um olá, é o adorável garoto francês Nicolau, na simpática comédia-família nonsense As Férias do Pequeno Nicolau, no mesmo embalo e clima vintage (anos 1950) que encantou o mundo em O Pequeno Nicolau (2008).

Quem viu, e com certeza amou o filme anterior, sabe como Nicolau (Mathéo Boisselier), um garoto de sete anos, além de levar tudo ao pé da letra, tem uma imaginação fértil. Em As Férias do Pequeno Nicolau (Les Vacances du Petit Nicolas, 2014), dirigido com alma por Laurent Tilard, não é diferente. Se antes a sua preocupação era não perder a titularidade de filho único, agora ele quer mesmo é se ver livre de um futuro casamento arranjado. Para tanto, vai contar com a ajuda e o “aconselhamento” de uma nova turma (não menos criativa!) de amigos de verão, “especializada” em bagunçar o mundo dos adultos para preservar o seu.


A diversão pode até ser pensada para a garotada (acima dos sete anos), mas os seus acompanhantes (mais velhos) não vão ficar alisando a tromba e contando os minutos, já que a temporada dos pais de Nicolau (Kad Merad e Valérie Lemercier) não é menos tumultuada, ainda que “glamorosa” Ou seja, quem não rir (?) da brincadeira da criançada, lembrando da própria infância, vai rir (sem dúvida) das trapalhadas dos adultos e suas manias descabidas.

As Férias do Pequeno Nicolau é inspirado em uma das muitas histórias da série literária infantil O Pequeno Nicolau, criada por René Goscinny (1926-1977) e Jean-Jaques Sempé, em 1959. Esta charmosa e nostálgica aventura praiana, com seu humor ingênuo em gags deliciosas, roteirizada por Tirard, Jaco Van Dormael, Grégoire Vigneron, encontra eco (sem nenhum demérito!) no antológico As Férias do Sr. Hulot (Les Vacances de M. Hulot, 1953), do genial Jacques Tati. Quem conhece o clássico de Tati, sabe que estará em muito boa companhia.


Como o que não falta num palco de areia e noutro é a diversidade humana, as férias que começam meio emburradas, para nossos protagonistas, acabam deixando (e levando) saudades dos coadjuvantes..., todos dando o seu melhor. Um programa e tanto de férias para quem, em vez de ficar pegando jacaré, prefere arriscar uma boa onda...

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