Desde a primeira vez em que vi o painel de The Maze Runner – Correr ou Morrer fiquei
curioso com a estampa de um imenso labirinto e dois jovens (minúsculos)
correndo em sua direção. Sabia absolutamente nada sobre ele. Sci-Fi? Aventura?
Game? Só procurei informações após a sessão especial.
O que sei? Maze
Runner - Correr ou Morrer é mais um thriller de ficção científica juvenil que
pega carona na moda literária e cinematográfica que explora as relações sociais
num futuro distópico. Adaptado da trilogia homônima do escritor James Dashner, dependendo
da bilheteria, pode virar franquia com mais dois ou três filmes (ultimamente as
trilogias viram quatro). Os livros já lançados no Brasil são: Maze Runner - Correr ou Morrer (2010); Maze Runner - Prova de Fogo (2011); Maze Runner - A Cura Mortal (2012); e um extra, com
informações e ou prólogo dos outros três: Maze Runner - Ordem
de Extermínio (2013). Não li nenhum. Minto, dei uma passada de olhos (leitura
dinâmica) no primeiro e não pretendo repetir com os outros volumes.
O que vi? The
Maze Runner - Correr ou Morrer (The
Maze Runner, 2014) se passa na Clareira, um lugar cercado por enormes paredões
e onde, de tempos em tempos, um elevador, que não se sabe de onde vem, deixa
ali um adolescente desmemoriado. A narrativa começa com a chegada de Thomas (Dylan O’Brien), um jovem decidido que ao tomar conhecimento do lugar,
com seu misterioso e intransponível labirinto, habitat de terríveis verdugos, decide
que vai sair correndo daquela prisão ou morrer tentando.
A comunidade rural de adolescentes,
aparentemente assexuada, já que não há garotas e nem sinais de homoafetividade entre
os garotos, é comandada por Aby (Aml Ameen), o mais velho do grupo e o primeiro
a ser lançado ali, há três anos. Para manter a ordem e o funcionamento, o
veterano conta com a colaboração de Newt
(Thomas Brodie-Sangster), na
agricultura, e de Gally (Will Poulter), na segurança, além das
preciosas informações que o corredor Minho
(Ki Hong Lee) traz diariamente das
entranhas do labirinto.
O que acho? Maze
Runner - Correr ou Morrer, dirigido por Wes Ball, é um filme para fãs da série literária claramente
influenciada por obras como O Senhor das
Moscas (1954), de William Golding, Ender’s
Game - O Jogo do Exterminador (1977), de Orson Scott Card, o seriado Lost (2004-2010). Quem não conhece o romance (tripartido), como
é o meu caso, fica tão perdido na trama quanto os personagens dentro e fora do
labirinto. O que não seria ruim (ficar perdido) se esse primeiro capítulo fosse
melhor desenvolvido. Culpa do argumento que promete mais do que o roteiro
oferece ou das liberdades da adaptação? De ambos! Ôps..., só agora, no fim do
parágrafo, me dei conta de que o complemento Correr ou Morrer lembra o título de um clássico do cinema, o western
Matar ou Morrer (High Noon, 1952), de Fred Zinnemann. E,
coincidência das coincidências, assim como no bang-bang o delegado Will Kane (Gary Cooper) tem a hora
marcada para enfrentar o bandido Frank
Miller (Ian MacDonald), na ficção científica os garotos têm o tempo calculado
para enfrentar o labirinto.
Ball parece seguir ao pé da letra o subtítulo
brasileiro: Correr ou Morrer.
Dirigindo em alta velocidade, faz a aventura soar rasa e ou rasante, dependendo
do ângulo da ação. Ora, se o projeto (óbvio!) é de franquia, por que a pressa
em narrar uma história cujo final está a uns dois ou três filmes no futuro
(talvez) rendoso? Será que é pra ganhar tempo e ou, se a bilheteria não ajudar,
encerrar a busca de respostas dos desmemoriados em apenas mais um filme? Seja
qual for a resposta que não tenho (por não ter lido a série?) o que fica, por
enquanto (?), além de uma história pouco envolvente, são alguns furos intencionais
ou não. Dois deles bem incômodos.
Mesmo não sendo aquela maravilha toda que
esperava, por causa do cartaz, Maze
Runner tem alguns efeitos especiais bacanas em sequências interessantes dentro
do labirinto, principalmente envolvendo os temíveis verdugos. O elenco (em sua
maioria de novatos) é bom, mas, infelizmente, os personagens fracos, sem nenhuma
consistência, comprometem o andamento da trama precária que frustra ainda mais
o espectador (que não leu a série!) ao desvelar, no epílogo/prólogo, a “razão”
do labirinto e o que lhe reserva a fase 2. Muita gente vai dizer: - Ah, não! De novo essa história de *****?
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