Não contente com as constantes “releituras” (inferiores)
que faz de produções estrangeiras, para que o estadunidense medíocre possa
entender, já que não lê legendas, Hollywood continua apostando alto e apelando (muito!)
em “novas” versões de sucessos americanos passados (clássicos ou não) para o “deleite”
de uma nova (?) geração de espectadores. Na sua ânsia pela mesmice e indiferente
a um mundo de histórias originais que há para se contar e da cultura em
ebulição, atropela o bom senso e ridiculariza até mesmo o Tico e o Teco de seus
realizadores.
No cartaz de A Morte do Demônio (Evil Dead,
EUA, 2013), dirigido pelo uruguaio Fede
Alvarez, tendo por base longínqua o The
Evil Dead (A Morte do Demônio, 1981), de Sam Raimi, há uma advertência
enganadora: O filme mais apavorante que
você verá nesta vida. Nem que substituísse o “apavorante” (que não apavora
coisíssima nenhuma) por “masoquista” faria jus, já que (desde a época áurea do
gênero) foram feitos trocentos filmecos de terror ou horror investindo apenas na
sanguinolência. Muita aposta alta (em lucro fácil) acabou abaixo do traço.
Desta feita não vou fazer comparações. Não há
razão alguma para ressuscitar o Demônio que morreu lá atrás, com o amadorismo
(funcional) deste fetichista Demônio Jr. Também porque, nesta violação, digo,
versão ao estilo gore, o filme perdeu muito mais que o artigo “O” (The), do título de Sam Raimi.
A trama de A
Morte do Demônio (2013), a supor o “roteiro” de Fede Alvarez e Rodo
Sayagues, gira em torno de um grupo de cinco amigos que, na falta de lugar
melhor, resolve passar uns dias em uma velha cabana isolada, no meio de uma
floresta tenebrosa (é claro!), para um tratamento alternativo contra drogas. Ah,
sem acompanhamento médico! O que os
jovens não imaginam (evidentemente!) é que esta boa intenção (sempre!) de
limpar a viciada Mia (Jane Levy) vai expor a todos ao
insaciável banquete do Demo, assim que o curioso Eric (Lou Taylor Pucci)
encontrar, no porão infecto (naturalmente!), num pacote amarrado com arame
farpado, o livro Necronomicon Ex
Mortis (encapado com pele humana da melhor qualidade).
O drama de Mia
começa quando ela deita fora suas pílulas. A tragédia da turma começa quando a
garota diz que viu alguma coisa (lá fora!) e pede ajuda ao irmão David (Shiloh Fernandez) que, acompanhado da namorada Natalie (Elizabeth Blackmore),
é acalmado pela enfermeira Olivia (Jessica Lucas), certa de que tudo não
passa de alucinação provocada pela abstinência. A paciência do espectador
incauto acaba quando começa a chacina (quase!) sem fim. Ou seja, bem antes de
uma protagonista dizer: “Cansei dessa m*!”
O serviço de nojeira quente deve (?) agradar a
molecada chegada a uma meleca de açougue humano. Ou que nunca (?) ouviu falar ou
assistiu a algum filme massacre (com serra, machado, faca, prego, furadeira etc),
tema caro (e lucrativo!) aos norte-americanos, mocinhos e vítimas do próprio
mecanismo de “defesa” que criaram. A sua narrativa descerebrada pretende-se
trash, ignorando que só é trash o filme que, apesar do empenho dos envolvidos,
resulta divertidamente (!!!) todo errado. Esta tolice (de mau gosto!), mesmo
carecendo de humor, bom elenco e, principalmente de boa direção..., é apenas um
filme velho (querendo posar de moço) e ruim. Para fãs do “gênero requentado”
e que descarta qualquer tipo de originalidade.
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