terça-feira, 6 de abril de 2010

Crítica: Uma Noite Fora de Série


Uma Noite Fora de Série
o difícil é acreditar...

Se você é do tipo que ainda acha graça em comédia americana (também em ritmo de aventura) repleta de repetidas topadas e trombadas e escorregões e piadas escatológicas e gritinhos e ainda palavreado forçadamente chulo e discussão (sem tesão) sobre sexo e com casal se separando e em crise e desencontrado e desencontrando e se reencontrando..., então Uma Noite Fora de Série é mais um filme, na medida, pra você.

Em Uma Noite Fora de Série (Date Night, EUA, 2010), dirigido por Shawn Lewy, Phil Foster (Steve Carell) e Claire Foster (Tina Fey) são um casal tipicamente americano. Mais idiota é impossível. Não se sabe bem como conseguiram chegar à idade adulta, casar, ter filhos e, ainda por cima, trabalhar. O casal sem noção vive uma vida monótona e às voltas com os filhos e alguns amigos tão estúpidos quanto ele. Phil e Claire, possivelmente, fazem sexo (mas devem achar que fazem amor) apenas para a procriação, por isso a chatice do casamento. Eles são realmente pessoas rasas e conformadas com a mediocridade em que vivem. Uma noite decidem agitar a relação, vão jantar num restaurante da moda e, querendo dar uma de espertos, se apossam de uma mesa reservada a outro casal e passam a ser perseguidos por bandidos, certos de serem o alvo que caçam. Daí, com a troca de identidade, não é preciso dizer mais nada, sobre o festival de clichês que toma conta da tela. O roteiro é tão tolo e ridículo que só resta desejar que o filme termine logo com tanto assalto a outras produções do gênero (comédia, aventura, policial) e acabe de vez. A cada minuto se anseia mais e mais os créditos finais.

A idéia da troca de identidade e as confusões bizarras resultantes, que crescem além da lógica, por causa de um simples “pecadinho” (bem ao gosto dos competentes Irmãos Coen), que poderia resultar numa boa e divertida releitura de vários filmes similares, aqui é puro marasmo. Não há inventividade, apenas repetição. Geralmente os diretores desse tipo de comédia preferem não ousar, com medo de errar, e erram, exatamente, por não ousar. Em Uma Noite Fora de Série tudo soa falso e infantiloide demais. Não há química nem entre os protagonistas (Carell e Fay) com suas piadas toscas e sem graça. E olha que muita coisa ali, segundo o diretor, é puro improviso dos atores. Imagine se não fosse. Talvez essa seja a razão de tanta estupidez num casal tão insosso.

Uma Noite Fora de Série é pra quem tem uma folguinha e quer tirar uma soneca na sala de cinema, porque, a certa altura, fica difícil manter os olhos abertos. Ou quem vai ao cinema por não ter mais nada o que fazer e não se importa muito com o que vai assistir, bastando ter atores conhecidos, mesmo tão mornos quanto a “comédia” que protagonizam... Se for esse o caso, o filme, talvez, nem seja tão ruim (?), mas está muito longe de ser meramente razoável.

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