quinta-feira, 8 de abril de 2010

Crítica: Dupla Implacável


Dupla Implacável
divertida e descartável

O sonho de James Reese (Jonathan Rhys Meyers), um eficiente funcionário do Consulado Americano, em Paris, que também faz alguns serviçinhos, mais discretos do que secretos, pra CIA, é se tornar um agente profissional. Bem, às vezes os sonhos se realizam, mesmo que eles não sejam exatamente como se sonhou. James vai saber disso, a duras penas, quando conhecer Charlie Wax (John Travolta), de quem se tornará parceiro, secretamente, para desvendar um caso que envolve traficantes de drogas e terroristas. É que o tal Wax não é exatamente o tipo de agente que ele imaginava. O estilo do sujeito está mais pra Cobra (Stallone) do que pra James Bond (Sean Connery). Assim, o trabalho, que parecia ser divertido e glamoroso, acaba se tornando um pesadelo tão brabo, que é preferível não acordar.

Baseado numa história de Luc Besson e com direção de Pierre Morel, o filme Dupla Implacável (From Paris With Love, França, 2010) traz variações em torno do mesmo tema: uma dupla improvável, formada por Reese/Meyers (o bonzinho que não tem a menor idéia do que está acontecendo) e Wax/Travolta (o mauzinho que não tem paciência de ficar explicando cada ato de violência explícita); tiroteio, perseguição e pancadaria; traficantes e terroristas..., só que em um novo (?) cenário: Paris. No entanto, apesar de europeu, é um filme de ação tipicamente americano, com as suas matanças desmedidas, artilharia de ponta e explosões espetaculares em câmera lentíssima... Já que não parece uma sátira ao (pré) conceito americano de se achar xerife do mundo civilizado (?), apesar da ironia em muitas cenas, então é, digamos, uma “homenagem” ao cinema do Tio Sam. Na verdade, o grande barato de Dupla Implacável, o bom humor (negro?) dele, o diferencial, está na ironia, na pegada exagerada em diversas sequências. Algumas realmente engraçadas. Se contar perde a graça..., são absurdas demais!

Dupla Implacável é um bom filme de ação. John Travolta e Jonathan Meyers estão muito à vontade. Travolta é o que parece se divertir mais a cada cena: “O filme inteiro exigiu bastante e estou rindo porque sou bem mais velho do que a forma como me comporto. Eles estão tirando vantagem da minha habilidade de mexer meu corpo, porque, na verdade, me permitir fazer metade do que faço já é pra rir. Sempre que faço um movimento em que preciso sair rolando, ou tenho que saltar por cima de uma mesa, ou pular no ar com duas armas, eu começo a rir, porque teoricamente, em minha idade, eu deveria estar pegando mais leve! Esse é provavelmente o filme mais cheio de ação que eu já fiz, e olha que já fiz filmes clássicos de ação, mas esse é o mais movimentado de todos.”

Dupla Implacável, cujo título em português pouco tem a ver com a história (em inglês é: De Paris com Amor), e que deve ter sido ”criado” pra combinar com Busca Implacável (Taken, França, 2008), filme anterior de Morel, tem uma fotografia caprichada, ótima coreografia e excelente montagem. É diversão certa, sem dúvida, pro público masculino. Se bem que, como é uma produção que mescla violência (praticamente sem sangue) com pitadas de humor e romance, pode agradar também o público feminino que acompanhar seus marmanjos.

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