sexta-feira, 21 de março de 2014

Crítica: RIO 2


Sequência é sempre um risco difícil de calcular. Não é tarefa fácil superar o impacto (e a bilheteria!) do primeiro filme. Em 2011 a animação RIO, dirigida por Carlos Saldanha, foi a grande sensação. Mas, em 2014, como o público que amou a declaração de amor ao Rio de Janeiro, vai reagir ao retorno das cativantes araras azuis se aventurando por outras paragens?

RIO 2, também dirigido por Saldanha, começa com um belíssimo prólogo (arrepiante mesmo!) da virada do ano na conhecida cidade maravilhosa, onde vivem a domesticadíssima família das araras: o pai Blu, a mãe Jade e os filhotes adolescentes: Bia, sempre com um livro nas asas; o aventureiro Tiago; a rebelde Carla, com seu fone de ouvido. Vivendo numa confortável casa, ao lado da residência dos cientistas Túlio e Linda, eles adquiriram todas as idiossincrasias dos humanos: cozinham, leem, jogam, veem tv, acessam gps, ouvem música etc. Preocupada com tanta mania estranha à sua espécie, Jade propõe aos filhos e a Blu, uma viagem à região amazônica, com a desculpa de reencontrar os biólogos e, na esperança de que suas família aprenda a agir como pássaros. E é claro, na imensa floresta tudo pode acontecer: reencontros emocionantes e descobertas preocupantes.


Ao fazer um bem-vindo retorno às origens, RIO 2 não traça (necessariamente) a jornada do herói (Blu). Está mais para o despertar (a tomada de consciência) do herói para uma vida social mais saudável (ainda que pesem as manias urbanas). O roteiro é bem infantil, com lindos números musicais, divertidas audições artísticas da fauna amazônica, partidas esportivas..., que não chegam a desagradar aos acompanhantes adultos. As engraçadas audições me pareceram o ponto alto da trama.

Sei que é redundância, mas, plasticamente o filme é irretocável, difícil acreditar que tudo seja CGI. Se as cidades encantam com sua arquitetura..., o esplendor da selva é de cair o queixo. Neste impressionante universo em 3D, os personagens animais, continuam graciosos e ou maldosos, como a impagável cacatua shakespeariana Nigel (sempre roubando a cena!), com seus novos comparsas: Gabi, uma rã venenosa, e Carlito, um tamanduá louco por uma formiga. A barulhenta e conservadora família perdida de Jade, que não abre asas das suas características selvagens e normas rígidas, que garantem a proteção e a sobrevivência do bando, é um espetáculo à parte.


Contrabando e abuso de animais continuam em pauta, mas o assunto em evidência é o desmatamento. Pena que o seu desfecho (mesmo com boa surpresa!) ficou a desejar. O que faz a gente pensar que os realizadores só olham para o próprio umbigo, alheios a outros filmes com o mesmo tema. Ou não estão nem aí para “- repete a ação!”.  A criançada, sem se importar com o clichê, vai amar, com certeza, afinal é uma bonitinha cena de ação. Mas (excetuando o elemento surpresa!) insisto, a luta por território poderia ser melhor resolvida, já que várias animações, focando o embate entre animais (em defesa de seu território) e humanos (exploradores), já apresentaram sequências muito parecidas e até mais criativas: animais unidos jamais serão vencidos

Todavia, essa é apenas uma sequência-cochilo que compromete em nada a belíssima e bem animada floresta preservada!

2 comentários:

  1. Achei maravilhoso, o assisti ontem e saí do cinema feliz:)
    Só um comentário quanto à sua postagem... A arara fêmea se chama Jade, não Linda, que é a dona do Blu ;)

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    Respostas
    1. ..., ops! ..., tem razão Luciana, comecei chamando de Jade e depois mudei pra Linda.
      gratíssimo! ..., já corrigi!

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