sábado, 2 de julho de 2011

Crítica: Os Pinguins do Papai



Junto com as férias de julho chegam também os filmes famílias unidas jamais serão vencidas. Para concorrer com as animações em cartaz, estreia Os Pinguins de Papai (Mr. Popper’s Penguins, EUA, 2011), dirigido por Mark Waters.

Baseado no livro Mr. Popper’s Penguins, escrito em 1938, pelo casal Richard e Florence Atwater, (parece que) leitura obrigatória no terceiro ano escolar americano, Os Pinguins do Papai atualizou a história, mantendo o nome e o sonho frustrado do protagonista de viajar pelo mundo. No original Popper é um humilde pintor que vive com a família e herda doze pinguins, enviados por um explorador da Antártica com quem se correspondia. Na versão cinematográfica, Tom Popper (Jim Carrey) é um bem-sucedido executivo do ramo imobiliário de Manhattan que recebe de herança do pai, que vivia viajando pelo mundo, um pinguim e, sem saber o que fazer, ao tentar devolvê-lo à empresa que o enviou, ganha mais cinco aves. Desesperado, Popper busca a solução mais radical e, no meio do caminho, se dá conta de que o seu grande problema gelado e barulhento, pode ser a solução para se reconciliar com os filhos Janie (Madeline Carroll) e Billy (Maxwell Perry Cotton), para quem nunca tem tempo.


Os Pinguins do Papai tem uma narrativa linear pensada para um público (alvo) infanto-juvenil não muito exigente. No entanto, não acreditando na força da situação (por si só) bizarra, o roteiro apela (desnecessariamente) na exploração da figura do pai divorciado, ausente e ainda apaixonado pela ex-mulher Amanda (Carla Cugino) e, também, do executivo mau caráter. Cacos que (assim como os pequenos problemas que os filhos de Popper fazem parecer maior do que realmente são), dependendo da criança, vão passar batido, já que os pinguins roubam quase todas as cenas. Os seis pinguins são umas graças, mas em nenhum momento o filme discute a questão do tráfico de animais ou o absurdo que é tirar animais (como eles) de seu habitat natural e enviá-los para Nova York (por exemplo) ou para prisões em Zoos.


Excetuando esses incômodos detalhes, a comédia é leve, tem alguns momentos divertidos e sequências emocionantes. Jim Carrey está mais contido, menos careteiro, e parece ter se dado bem com os pinguins que, segundo a produção, são reais na maior parte do filme: Há pessoas que não gostam de trabalhar com crianças e animais, têm medo que lhe roubem a atenção. Mas eu adoro capturar o brilho da inocência. E não há nada melhor que animais - pinguins neste caso - e crianças para nos trazer justamente isso. É claro que, em se tratando de filme família, ele tem lá os seus eternos clichês de praxe e aquele final familiar pra lá de previsível.

Os Pinguins do Papai traz também (no elenco) a veterana Angela Lansbury, na pele da Sra. Van Gundy, dona de um restaurante instalado numa cobiçada localização, Ophelia Lovibond, como Pippi, a secretária de Popper que gosta de falar na língua do “P”, e Clark Gregg, que personifica Nat Jones, chefe da “divisão de pássaros que não voam” do Zoológico de Nova York, capaz de tudo para pôr as mãos nos pinguins. 

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