Quem viu e se divertiu no teatro com a peça Qualquer Gato vira-lata tem uma vida sexual mais sadia que a nossa, de Juca de Oliveira, pode achar alguma graça nesta insossa versão cinematográfica Qualquer gato vira-lata dirigida por Tomás Portella. O drama romântico, com ares de “comédia”, fala da obsessão de Tati (Cléo Pires) pelo ex-namorado mala Marcelo (Dudu Azevedo). A garota, na ânsia de reconquistar o basbaque mulherengo, acaba conhecendo Conrado (Malvino Salvador), um professor de biologia que desenvolve uma tese sobre o relacionamento humano, baseada no comportamento de machos e fêmeas no reino animal. Apesar de não concordar com o ponto de vista do biólogo, Tati decide se submeter ao seu aconselhamento, para ter de volta o seu playboy de araque.
O roteiro de Cláudia Levay, Tati Bernardi, Julia Spadaccini e Ricardo Tiezzi é de uma tolice comparável às “comédias” americanas do mesmo gênero. Previsível na sua “trama” sobre “adultos” vivendo uma (eterna) adolescência tardia (tão recorrente nas produções estadunidenses), deve agradar ao espectador que não se importa com “interpretações” caricatas ou constrangedores problemas de continuidade. Não há sequer um personagem que convença o espectador de que é realmente quem diz ser. A sensação de já visto, não é ilusão cinematográfica. Algo parecido foi (e continua sendo) contado, como por exemplo, em A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth) de Robert Luketic, onde um machão (cafajeste) ensina a uma mulher “romântica” os atalhos para conquistar o homem ideal.
Qualquer gato vira-lata, codirigido por Daniela de Carlo, tem cara de especial medíocre da TV Monopólio, produtora e mantenedora de elenco das mais recentes produções que têm acolhido um bom público nas salas de cinema, independente da qualidade dos filmes. A “história” boba, que não tem elementos suficientes para ser considerada um divertido besteirol, não causa nenhum dano cerebral sério e pode até ser vista (sem medo), se imediatamente esquecida, pelos fãs (nada exigentes) da atriz e dos atores. Todavia, em meio aos inacreditáveis problemas de direção, elenco, roteiro, técnicos etc, vale destacar a trilha sonora que, apesar de constante, é a única coisa que não incomoda. Enfim, um filme feito, na medida, para quem tem tempo para divagar nas horas vagas com o Tico e o Teco.
Nada funciona, do roteiro à direção, passando por uma atuação sofrível do elenco. Esta é uma comédia vira-lata. O único que se salva é o amigo cara de pau do cafajeste Marcelo. Ele é um sopro de vida num filminho moribundo.
ResponderExcluirOlá, Antunes.
ResponderExcluirSe não fosse produção da TV XXXXX,
duvido que já estaria chegando a um milhão de espectadores.
Abs.
T+
Joba