domingo, 15 de maio de 2011

Crítica: As Doze Estrelas

As Doze Estrelas (2010) é uma produção brasileira cujo (único) brilho está no título. Com roteiro e direção de Luiz Alberto Pereira, o filme meio que “conta” (tamanha a confusão e falta de nexo) a história de Herculano (Leonardo Brício), um “astrólogo” (picareta?) que é contratado para assessorar a autora de uma telenovela a ser protagonizada por doze atrizes de signos diferentes. O trabalho de consultoria do sujeito (sem noção) é entregar (em mãos) a sinopse e entrevistar cada uma das candidatas, um compromisso simples que ele raramente completa. Nos contados com as mulheres tudo parece fora de ordem (astral), que o rapaz (fora de órbita) resume para a equipe televisiva como sendo algo “muito complexo”.

Os realizadores da “fita” pressupõem que todo o público de cinema é louco por horóscopo e sabe de cor e salteado a ordem dos signos astrológicos, a influência dos astros, a “personalidade” de cada humano que teve o azar e ou a sorte de nascer sob tal auspício etc. Ledo engano deste produto (difícil de classificar) que deve ter sido criado em pleno inferno astral. Assim, cabe ao público sonolento a desagradável tarefa de decifrar o imbróglio horoscopal, já que, excetuando umas quatro “personagens”, não há a menor preocupação em dizer quem é quem e qual satisfação (“psicológica”) devem ao signo incorporado. Não que isso importe muito ou faça diferença nessa (boa) ideia mal resolvida.

As Doze Estrelas é um filme que fica apenas na intenção da comédia, do drama, da aventura, do erótico, que vai tangenciado sem se comprometer ou provocar qualquer reação no espectador diante de um roteiro frouxo, de situações constrangedoras, performances equivocadas, trilha abominável e diálogos sem convicção. O curioso é que, mesmo selecionadas conforme o talento e, principalmente, o signo, as doze atrizes (escolhidas para o filme), imbuídas das suas juramentadas características astrológicas, não convencem ao interpretar o “abstrato” em si mesmas (na escolha para a novela). Ou seja, essa estranha metalinguagem foi para o espaço sideral. Falei que o brilho do filme estava apenas no título, me equivoquei, as locações (casas) em Paulínia são graciosas.

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