sexta-feira, 13 de maio de 2011

Crítica: O noivo da minha melhor amiga



O noivo da minha melhor amiga fala de traições, segredos e busca pelo casamento perfeito. A advogada Rachel (Ginnifer Goodwin) é uma trintona tola e infantilóide que só se dá conta de que “perdeu” um “bom partido” quando o seu enfadonho objeto de desejo, Dex (Colin Egglesfield), começa a namorar, a noivar e decide se casar com Darcy (Kate Hudson), uma “vagaba” feiosa e desengonçada, de quem ela morre de inveja e se submete aos mais ínfimos caprichos. Na verdade Rachel descobre esse vacilo após a bebemoração pelos seus trinta anos (deve ter faltado verba para comida, tira-gosto ou até mesmo um bolinho), quando faz sexo casual com Dex e (para seu desespero amoroso) vê que não pode ficar com (e sem) o noivo da sua melhor amiga, de quem vai ser a madrinha de casamento. Ó destino cruel! Se ao menos ela não fosse tão insegura, tão insossa, tão boba, tão chata (durante toda a sua vida), teria descoberto muito antes o prazer de uma boa brincadeira “pecaminosa” (sem culpa alguma) com o insosso “garanhão” de plantão Dex. Assim, como a sua autoestima sempre esteve no chão, não é com um “tropeço” desses que a senhora vai se elevar e buscar novos “rumos”, mas (com certeza) vai irritantemente penalizar o espectador com a sua lengalenga.

O noivo da minha melhor amiga (Something Borrowed, EUA, 2011), dirigido por Luke Greenfield, é baseado no feminino e piegas livro homônimo de Emily Giffin, e, se vingar, deve ter uma continuidade (como o livro) em Something Blue, onde a “traída” Darcy é quem dá as cartas. Aí, dependendo do discutível gosto da Playarte, deve se chamar: Eu, a minha melhor amiga e o meu noivo. A “comédia” mais parece uma novela “chicana” ou coisa que o valha (nada). É inacreditável como, em uma fita só, é possível juntar tantos personagens desinteressantes num festival de canastrice (generalizada). Não sei se a culpa do abacaxi azedo fica por conta dos broxantes amigos, sem nenhum charme, vivendo uma (me poupe!) adolescência tardia (com seus diálogos retardados), ou a total falta de sintonia dos protagonistas para tamanha tolice.

Quem não se importa com clichê (imposto sem dó e nem piedade) em mais uma “comédia” romântica, tão “picante” quanto banana maçã e tão divertida e saborosa quanto sopa de quiabo com jiló, e ou se já assassinou seu Tico e Teco, em semelhantes produções anteriores, vai babar (de sono) com as infantilices do noivo e seus amigos e amigas basbaques neste previsível melodrama. Quanto ao título, O noivo da minha melhor amiga, só pode ser combinação (do mau gosto do gênero) com O Casamento do meu melhor amigo (My Best Friend’s Wedding, 1997) ou O Casamento dos meus sonhos (The Wedding Planner, 2001) ou O Melhor amigo da noiva (Made of Honor, 2008) etc. Se não for, também não tem importância, é tudo bobagem da mesma tradição americana. É um típico filme para a espectadora ver (por conta e risco) e se emocionar e sonhar e... No entanto, o espectador vai querer mais é que a chuva vire enxurrada e carregue aquele bando de mal-amados para bem longe, esquecendo cada um em uma ilha deserta.

O noivo da minha melhor amiga (Something Borrowed), o livro de Giffin, continua causando furor na mulherada, mundo afora (e adentro). Li apenas o primeiro capítulo (em PDF), disponibilizado pela Editora Nova Fronteira, e não recomendo para diabéticos. O fato de o romance enlouquecer as mulheres (que o comentam como se fosse um maravilhoso orgasmo) é um enigma, uma questão para profunda análise sadomasoquista. Fico pensando se todo o clamor feminino é pelo fetiche da traição ou pela rasteira na “amiga”.

2 comentários:

  1. Eu sou mulher e, pelo menos pra mim, o mais legal do filme é a auto-estima que ela parece adquirir na segunda metade. De lutar por ele e de se afastar depois que ela foi clara e ele tb, que não ia deixar Darcy. Mas o final meio que estragou tudo isso. Eu achei um covarde o filme inteiro e no final das contas eles vivem felizes para sempre?!
    Eu tb escrevi sobre esse filme:
    http://caixasdepandoras.blogspot.com/2011/05/something-borrowed.html

    ResponderExcluir
  2. Olá, Gaby.
    O olhar feminino é o diferencial na leitura deste filme e, obviamente, do livro.
    Li a sua matéria, só evite contar trechos do filme para os seus leitores.
    Às vezes pode ser falado sobre um momento chave
    que o espectador que ver por si mesmo.

    Abração.

    T+
    Joba

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...