sexta-feira, 18 de março de 2011

Crítica: Sexo Sem Compromisso

por Joba Tridente

Se homem “faz” sexo e mulher “faz” amor, há algo muito equivocado na tola “comédia” romântica Sexo Sem Compromisso (além da falta de humor). Também pode ser que a “máxima feminina (ou seria feminista?)” não faça sentido para o conservador norte-americano. A mulher foi, é e sempre será (?) um “objeto” de consumo fácil e descartável no mundo das artes, porque ela assim o deseja (?). Por mais que algumas se emancipem e digam que os tempos são outros, a maioria continua sendo retratada como ingênua, sonhadora, carente e dependente (do amor) de um homem (que pensa com o sexo).

Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached, EUA, 2011), de Ivan Reitman, com roteiro de Elizabeth Meriwether, é daquelas “comédias” que já se sabe o final, só de olhar cartaz. Mas, como tem gente que gosta de filmes previsíveis, sem graça e sem nenhuma originalidade (a não ser aquela copiada de outras produções), eles continuarão sendo feitos e (re)feitos às dezenas, até que o público finalmente (mumificado) se canse da mesmice (mumificante). Protagonizado por Natalie Portman, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz, por Cisne Negro (2010), e pelo insosso Ashton Kutcher, essa “comediazinha” sem noção do ridículo deve fazer sucesso (?) com o público feminino, principalmente aquele que acredita em Papai Noel da Páscoa e Coelhinho de Natal.


Sexo Sem Compromisso, em sua (velha modernidade) narrativa, fala basicamente do “fugaz” relacionamento entre Emma Kurtzman (Natalie Portman) e Adam Franklin (Ashton Kutcher). Eles se conheceram há 15 anos e mal se tocaram. Depois se viram há 5 anos e mal ficaram. Hoje fazem sexo (em qualquer lugar), tão somente sexo (sem compromisso), na hora que bem entendem. Por que a vida deles se resume a esse sexo alucinado (sem compromisso)? Bem, não é porque Adam (um assistente de programa juvenil para TV) não queira algo mais sério (ele é até romântico), mas porque Emma (uma médica) não aceita nenhum tipo de relacionamento (além do sexo casual). Ela não quer sofrer (depois) por amor ou agir feito uma adolescente falando infantilices amorosas ou dividir uma casa ou qualquer outra coisa que não seja apenas prazer. Assim, acabou o sexo é cada um por si, ou deveria ser...

Pra quem acha que já viu história muito parecida, é só fazer um mínimo esforço e pimba: Sexo Sem Compromisso é, assim, uma “homenagem” velada (para não dizer remake?) ao Eu Odeio o Dia dos Namorados (I Hate Valentine’s Day, 2009) filme escrito, dirigido e protagonizado por Nia Vardalos, no papel de Genevieve, a “romântica” dona de uma floricultura, que cria as suas próprias regras para o amor. Afim de não aprofundar a relação “amorosa” (e sofrer depois), só “fica” com um sujeito por cinco encontros (com ou sem sexo). Ela vai levando a vida na flauta, descartando os seus (apaixonados) homens-objetos, até que conhece Greg (John Corbett), um sujeito charmoso que pretende abrir uma petiscaria em frente à sua loja de flores. Ele, é claro, cumpre as regras (dela) ao pé da letra, e Genevieve (pra não perder o bom partido e sofrer ainda mais) é obrigada a rever as suas próprias normas e seus conceitos sobre os homens.

As duas “comédias” são cansativas, previsíveis e de pouca graça. Salva-se uma coisinha aqui e outra acolá (difícil de lembrar) que não faz a menor diferença. São filmes para os fãs confirmarem se seus astros e estrelas são realmente bons no que fazem ou se o dourado não passa de ouro de tolo. Uma “comédia” pra ver e esquecer antes do último crédito subir, selando o destino de cada personagem que ousou aparecer na tela.

2 comentários:

  1. Natalie Portman e Ashton Kutcher não dá liga. Ele fazer par romântico que este cara é o ponto mais baixo de sua carreira.
    E "Corpo Celestes"? Prezo muito a sua opnião e gostaria muito de saber o que achou da estreia de Fernando Severo e Marcos Jorge, neste caso foi o primeiro que ele filmou antes de Estômago,em longa metragem.

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  2. Olá, Antunes.
    Com ou sem compromisso,
    coisa alguma dá liga nesse besteirol.

    Ainda não consegui ver o Corpos Celestes,
    mas estou muito curioso.
    Gosto demais do trabalho do Fernando Severo.
    Vou tentar ver nesta semana.

    Abração.

    T+
    Joba

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