O Profeta
e o Pateta
O Profeta (Un Prophéte, França, 2008) é o personagem do filme e o Pateta sou eu, por ter ficado mais de duas horas, dentro de uma sala de cinema, vendo esta tolice. Só o “drama” tem 155 minutos. Por que Pateta? Ora, para quem não teve paciência de assistir nem a metade do famoso Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002) e se recusou (mais ainda) a ver seus congêneres virulentos que proliferaram (e continuam proliferando) nas teclas fáceis do tráfico + polícia + droga + favela + corrupção..., assistir a um similar ou genérico, nos moldes franceses, como se bandidos europeus e árabes fossem diferentes, só porque não são favelados brasileiros, vai além do meu Tico-Tico. Porém, se esse tipo de entretenimento, calcado nos programas de baixaria e “matérias” policialescas dos telejornais brasileiros (no ar, a qualquer hora do dia ou da noite, sem nenhuma censura), funciona (?), é premiado e até indicado (pelo Brasil) ao Oscar..., por que os estrangeiros iriam querer ficar de fora? No mundo do cinema, americano refilma e o francês reescreve. Acaba dando tudo no mesmo.
O Profeta começa com Malik El Djebena (Tahar Rahim), um jovem de 19 anos, chegando a uma penitenciária, para cumprir uma pena de seis anos, por um crime nunca revelado. Talvez seja pelo fato dele não se sentir nem francês e nem árabe e nem ter como língua-mãe o francês ou o árabe ou por não saber ler nem em francês e nem em árabe ou por não saber como se comunicar ou agir ou por ou etc em francês ou em árabe. Não importa, o sujeito está na Prisão da Mãe Joana Dark, para pagar por um crime (?) qualquer e mal sabe ele que seus momentos de paz (?) e tranquilidade (?), numa oficina de costura, estão com os dias contados, pois será obrigado (questão de vida ou de morte) a se envolver com César Luciani (Niels Arestrup), o bandidão “dono do pedaço” prisional. A escola que ele não teve fora da prisão, terá lá dentro, apenas com algumas variações sobre a escalada profissional, bastante influenciada pelos colegas de classe. Detalhes, bobagens, já que, de uma forma ou de outra, ele sairá de lá (muito bem) preparado para uma carreira brilhante no mundo marginal que o aguarda nas ruas de Paris e arredores. E então, dá-lhe clichês (tráfico de droga, máfia, bandidos, gangues, traficantes) e cachês (corrupção policial, suborno) e encaixes (assassinatos, tortura, violência múltipla), além de confusão de conceito religioso, daqui e dacolá, até chegar ao final previsto desde o princípio.
e o Pateta
O Profeta (Un Prophéte, França, 2008) é o personagem do filme e o Pateta sou eu, por ter ficado mais de duas horas, dentro de uma sala de cinema, vendo esta tolice. Só o “drama” tem 155 minutos. Por que Pateta? Ora, para quem não teve paciência de assistir nem a metade do famoso Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002) e se recusou (mais ainda) a ver seus congêneres virulentos que proliferaram (e continuam proliferando) nas teclas fáceis do tráfico + polícia + droga + favela + corrupção..., assistir a um similar ou genérico, nos moldes franceses, como se bandidos europeus e árabes fossem diferentes, só porque não são favelados brasileiros, vai além do meu Tico-Tico. Porém, se esse tipo de entretenimento, calcado nos programas de baixaria e “matérias” policialescas dos telejornais brasileiros (no ar, a qualquer hora do dia ou da noite, sem nenhuma censura), funciona (?), é premiado e até indicado (pelo Brasil) ao Oscar..., por que os estrangeiros iriam querer ficar de fora? No mundo do cinema, americano refilma e o francês reescreve. Acaba dando tudo no mesmo.
O Profeta começa com Malik El Djebena (Tahar Rahim), um jovem de 19 anos, chegando a uma penitenciária, para cumprir uma pena de seis anos, por um crime nunca revelado. Talvez seja pelo fato dele não se sentir nem francês e nem árabe e nem ter como língua-mãe o francês ou o árabe ou por não saber ler nem em francês e nem em árabe ou por não saber como se comunicar ou agir ou por ou etc em francês ou em árabe. Não importa, o sujeito está na Prisão da Mãe Joana Dark, para pagar por um crime (?) qualquer e mal sabe ele que seus momentos de paz (?) e tranquilidade (?), numa oficina de costura, estão com os dias contados, pois será obrigado (questão de vida ou de morte) a se envolver com César Luciani (Niels Arestrup), o bandidão “dono do pedaço” prisional. A escola que ele não teve fora da prisão, terá lá dentro, apenas com algumas variações sobre a escalada profissional, bastante influenciada pelos colegas de classe. Detalhes, bobagens, já que, de uma forma ou de outra, ele sairá de lá (muito bem) preparado para uma carreira brilhante no mundo marginal que o aguarda nas ruas de Paris e arredores. E então, dá-lhe clichês (tráfico de droga, máfia, bandidos, gangues, traficantes) e cachês (corrupção policial, suborno) e encaixes (assassinatos, tortura, violência múltipla), além de confusão de conceito religioso, daqui e dacolá, até chegar ao final previsto desde o princípio.
Com roteiro de Jacques Audiard e Thomas Bidegain, a partir do texto de Abdel Raouf Dafri, O Profeta, é um drama policial para quem é fanático por violência gratuita e tem orgasmos homéricos assistindo a filmes do gênero prisão, cuja criatividade é zero e a originalidade é nula, já que não passam de variações sobre os mesmos presos, digo temas, realizadas há décadas (principalmente) pelo cinema americano. Quando se vê uma produção do tipo, pode ser interessante, depois de umas duas ou três a curiosidade acaba e não há fotografia, técnica, trilha, direção que dê jeito, e a ensaiada violência, coreografada (?) pra impactar o público, acaba ficando com cara de coisa trash. Inventam-se armas, formas de tortura, pressão psicológica, em nome de um “realismo”, de uma “verdade” que (segundo o roteirista ou diretor) deve ser dita, custe o que custar, “idealizando” um espectador pagante que se divertirá e subliminarmente será conscientizado das armadilhas do sistema e sairá da sala de cinema de um shopping, empunhando uma bandeira e convocando passeadas em solidariedade aos criminosos e pela moralidade universal. Cinema é (tão somente) entretenimento, e a ficção persiste até nas “boas intenções” que tentam provar o contrário.
O Profeta, de Jacques Audiard, é hipócrita e pretensioso, com seu desfile da fauna-flora marginal, coleção européia, para todos os gostos e histórias batidas: pré-bandido, bandido amador, bandido profissional, bandido policial, polícia bandida. O sado-masoquismo (seu ponto forte) é minuciosamente estudado para a satisfação daquele público que se entretêm com programas que exploram e detalham crimes violentos, nos canais abertos de TVs e nas rádios. É uma produção que ganhou muitos prêmios e a baba da crítica. Já vi (e me cansei) filmes policiais demais, para achar quer este tenha algo (mínimo) que possa ser destacado.
O Profeta, de Jacques Audiard, é hipócrita e pretensioso, com seu desfile da fauna-flora marginal, coleção européia, para todos os gostos e histórias batidas: pré-bandido, bandido amador, bandido profissional, bandido policial, polícia bandida. O sado-masoquismo (seu ponto forte) é minuciosamente estudado para a satisfação daquele público que se entretêm com programas que exploram e detalham crimes violentos, nos canais abertos de TVs e nas rádios. É uma produção que ganhou muitos prêmios e a baba da crítica. Já vi (e me cansei) filmes policiais demais, para achar quer este tenha algo (mínimo) que possa ser destacado.
Não acho que o filme seja tão ruim assim, mas de qualquer maneiro pelo menos você é uma voz dissonante da esmagagora maioria da crítica, que recebeu o filme com olas.
ResponderExcluirO Profeta tem seus momentos, mas tem um final previsível, que dá para vilusmbrar já nos primeiros minutos. O filme é uma jornada do herói clássica.
E que bom que você voltou a atualizar o blog.
Olá, Antunes.
ResponderExcluirTalvez eu tenha exagerado na leitura de O Profeta.
Mas é como eu o vi.
Ando meio cansado desse tipo de abordagem:
cinema verdade! (pra quem?)
O grande barato da arte é tocar (de maneira diferente)as pessoas conforme o estado de espírito dela.
Ainda estou com problemas na rede.
E no PC.
Grande abraço.
T+
Joba