sábado, 19 de março de 2011

Crítica: Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles



por Joba Tridente

Se tecnologia fosse sinônimo e garantia de qualidade, depois de Avatar (2009) o cinema não seria palco de tanto abacaxi em “3D” e genéricos. De posse da mais nova tecnologia criada pela Sony, o sistema 4K, que melhora a qualidade da projeção (mas pouca gente vai notar), chega aos cinemas o bombástico Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles.

A ficção científica, dirigida pelo sul-africano Jonathan Liebesman, teria sido inspirada em um fato real ocorrido em 25 de fevereiro de 1942, na região de Los Angeles, no Estado da Califórnia, nos EUA. Conforme registros e publicações da época, milhares de moradores da região foram acordados, na fatídica madrugada, com o barulho das sirenes e dos disparos do Grupo de Defesa Aérea a um desconhecido alvo que brilhava no céu, sem ser abalado com a saraivada de balas. Conta-se que automóveis e residências foram danificados e que pessoas teriam morrido, atingidas pelos estilhaços dos disparos ou por ataque cardíaco. 69 anos depois, o mistério permanece como um dos casos mais curiosos da Ufologia. Para se informar melhor e conhecer fac-símiles e fotos do suposto OVNI, sugiro uma visita ao Fenomenum.


De volta ao Batalha de Los Angeles, o filme, baseado no “roteiro” frouxo de Christopher Bertolini, antecipa a ação dos ultranacionalistas “marines” americanos (quem mais?!) para salvar os civis da Terra, caso ela seja invadida por ETs inamistosos que cheguem atirando para matar os civilizados terráqueos. Se assim for, os sanguinários invasores espaciais não perdem por esperar! A história até que começa bem, apresentando os soldados e seus dramas (familiares e profissionais). A promessa de um bom programa continua com os militares deixando a base e enfrentando um inimigo desconhecido e invisível. Porém, a partir do momento que os extraterrestres se deixam ver (mesmo que desfocados) e a tropa é designada para salvar cinco civis, ele começa a degringolar até o previsível final. A queda é tão rápida que nem o heroico sargento Michael Nantz (Aaron Eckhart) e seus derradeiros tiros com uma pistola, na “gag-homenagem” ao John Wayne (sargento John M. Stryker) de Iwo Jima (Sands of Iwo Jima, 1949), e a referência ao Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, 1960), conseguem salvar a trama da pasmaceira. Já que perguntar não ofende, se um soldado americano (em plena batalha) não sabe quem foi o mítico John Wayne, será que o público juvenil que for ao cinema vai saber?

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é (claro!) repleto de clichês explode tudo e de pieguice generalizada, embalados por uma trilha sonora horrorosa. A produção não economiza nos bons efeitos especiais, mas também não dá tempo (ou espaço) para o espectador adrenalinado pensar sobre o que vê na tela, além do tiroteio sem fim. Se bem que não há muito o quê pensar sobre esta batalha sangrenta e sem sentido. Os poucos diálogos são inócuos ou padrão, assim como as situações de “confronto” entre os próprios soldados ou o drama enfadonho dos civis refugiados. Todavia, quem não se importar com esses detalhes “bobos”, pode até se divertir com o explosivo espetáculo (que tem cara de querer virar franquia).


Baixada a poeira e retirados os escombros, a pergunta que fica (sem resposta) é: Por que, tendo a faca, a goiabada e o queijo nas mãos, com uma história original ou, no mínimo, curiosa, como esta de 1942, que poderia render um excelente thriller de guerra (dependendo do diretor e do roteirista, é claro!), a produção optou por um roteiro que se resume no contra-ataque e salvamento de alguns civis em uma Los Angeles sitiada por extraterrestres com sede (ôps!) de colonização? Sim, porque, o quê se vê, com ou sem a qualidade “K”, é mais uma versão do clássico Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 1953), como foram o divertido trash Independence Day (1996) e o pretensioso Guerra dos Mundos (2005), só que sem os vírus (de computador e biológico). Ô gente que adora se repetir!

2 comentários:

  1. adivinha se vou assistir?
    kkkkk claro que não!!!

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  2. Olá, Cacinho.
    Não sei, não.
    Vai que queira buscar (?) inspiração.

    Não esqueça as fotos da sua matéria, hein!

    Abração.

    T+
    Joba

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