Em 2014, uma das grandes (se não a maior!)
surpresas no cinema foi a chegada dos “desconhecidos” e divertidos Guardiões da Galáxia. Seguindo as pegadas da trupe maluca chega
agora o pequeno e também (?) quase “desconhecido” Homem-Formiga, querendo provar que também pode ser grande nas
bilheterias. Bem, ao menos não lhe falta carisma e uma história nonsense para
agradar e encantar adultos, adolescentes e crianças.
Homem-Formiga (Ant-Man, 2015), com
direção de Peyton Reed e roteiro de Edgar
Wright, Joe Cornish, Adam McKay e Paul Rudd, é um sci-fi de aventura e ação e
fantasia baseado no personagem homônimo criado por Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber. Nunca
é demais lembrar que, desde que surgiu em 1962, nas páginas da revista Tales to Astonish - n° 27, assim como outros heróis marvelianos, o Homem-Formiga também teve a sua vida
revista e reescrita. Portanto, nada de ficar cutucando o formigueiro com vara
curta: hq é hq e cinema é cinema..., ainda que tenham muita coisa em comum, e
não estou falando de storyboard. Também porque, por mais que se mude a persona,
sempre fica um pouco (para reconhecimento) do super-herói antes da plástica.
Homem-Formiga, o filme, crava as suas garras em Scott Lang (Paul Rudd, esbanjando o mesmo carisma que Cris Pratt em Guardiões), um ladrão recém-liberto que,
após um assalto, na tentativa de se redimir e conquistar o respeito da
ex-mulher Maggie (Judy Greer) e o direito de visitar a
filha Cassie (Abby Ryder Fortson), aceita vestir um super-traje para ajudar o dr. Hank Pym (Michael Douglas) e Hope Van
Dyne (Evangeline Lilly) a manter
as mãos do ambicioso empresário Darren
Cross/Jaqueta Amarela (Corey Stoll)
longe da poderosa invenção. Nessa tarefa, além da força de uma tropa de
formigas, o herói (de ocasião) vai contar com a “perspicácia” de um trio,
meio nerd e meio paspalhão, formado pelo latino ladino Luis (Michael Peña,
roubando cenas), Dave (“T.I.” Harris) e Kurt (David Dastmalchian).
Homem-Formiga tem um roteiro despretensioso. O seu
maior acerto é o de deixar de lado o melodrama presente nas HQs e optar pelo bom
humor, fazendo crer que até mesmo quem tem fobia de formiga vai achar
divertidas e inteligentes as sequências protagonizadas pelos insetos. As brincadeiras
com a proporção das coisas, principalmente no “duelo” final, são hilárias. Se
bem que se você não souber (?) quem é Thomas,
provavelmente não vai achar graça no grande achado. As cenas de ação (meio
pastelão) são limpas (leia: sem sangue) e, acredite se quiser, apesar do
tiroteio e alguma pancadaria, excetuando dois pequenos ambientes, a cidade permanece
inacreditavelmente intacta. Nem parece que um herói e um vilão passaram por
ali. Será que a escala de destruição é comparável ao tamanho do herói? É ver pra
crer.
Enfim,
considerando o excelente elenco; a história simples, mas satisfatória no
universo dos heróis (e suas fraquezas humanas); o 3D de profundidade e a
excelência dos efeitos especiais; as gags espertas envolvendo outras
personagens e instituições marvelianas; a falta (ufa!) de lição de moral e ou
de jornada do herói..., é uma grande pedida para se ver descompromissadamente
nas férias!
Ah, já ia me
esquecendo, não fique questionando sobre a Vespa,
o Ultron e muito menos sobre a
criação dos Vingadores..., aguarde as
explicações no decorrer da trama e as cenas entre créditos finais.