domingo, 15 de junho de 2014

Crítica: Como Treinar O Seu Dragão 2


Assim como na vida real, o tempo não parou para os espectadores que amaram Como Treinar O Seu Dragão (2010) e muito menos para Soluço, o adorável treinador de dragões que, agora aos 20 anos, retorna em Como Treinar O Seu Dragão 2..., com seu espirito aventureiro e cada vez mais pacificador.

Praticamente deixando a adolescência para trás e contrariando os desejos do seu pai Stoico, o Imenso, que quer vê-lo chefiando a Aldeia Viking de Berk, Soluço acha que ainda há muito para conhecer e aprender, inclusive sobre si mesmo, antes de assumir tamanha responsabilidade. Assim, sempre que possível ele e o encantador dragão Banguela se aventuram pela redondeza marítima..., às vezes na companhia da graciosa Astrid, a namorada do herói. Numa dessas viagens de campo, eles acabam encontrando o esquentado Eret, um caçador de dragões a serviço do malévolo Drago. Esse tumultuado encontro vai acabar desvelando a Soluço acontecimentos trágicos, relacionados ao passado dos dragões e ao desaparecimento de sua mãe, Valka, e deixá-lo em alerta para enfrentar uma grande batalha, onde colocará à prova toda a sua argumentação pacifista.


Mas, como nem só de dramas pessoais são feitas as grandes narrativas, este novo e épico capítulo da fantástica história de vikings e de dragões equilibra momentos de muita emoção com o humor escrachado dos jovens amigos do nosso adorável herói, sempre prontos (ainda que mais atrapalhados) para uma batalha e ou uma conquista amorosa. É uma delícia a divertida e fervorosa disputa entre Perna-de-peixe e Melequento pelo amor da voluntariosa Cabeçaquente, que está de olho em alguém, digamos, mais musculoso. Outro bom momento de descontração é o do alucinado jogo das ovelhas (tipo Quadribol), menos para ovelhas, é claro. 

Como Treinar O Seu Dragão 2 (How To Train Your Dragon 2, EUA, 2014), dirigido por Dean DeBlois, que desenvolveu o excelente roteiro em parceria com Cressilda Cowell, autora dos livros da série, é magnífico. A trama juvenil continua original e jamais subestima a inteligência do espectador (de qualquer idade) ao expandir o universo viking e, principalmente, o do conciliador Soluço, que se vê diante de desafios para os quais ainda não está (ou se sente) preparado. Ganhos e perdas fazem parte da vida, do rito de passagem, e ele vai ter de aprender a lidar com isso. 


Falar da técnica e do 3D é dizer que a água do mar que rodeia a ilha dos vikings é salgada. As sequências aéreas continuam arrepiando, tirando o fôlego, levando qualquer espectador para um mundo muito, mas muito além da imaginação. O desenho de cada dragão (agora são centenas!), com a deslumbrante combinação de cores e texturas (impossíveis?), definitivamente não é obra para principiantes. Já o filme, é uma daquelas pérolas que, de tão bonitas, emocionam e fazem rir até mesmo o espectador mais ranzinza.

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