terça-feira, 13 de agosto de 2013

Crítica: Percy Jackson e o Mar de Monstros


No segundo parágrafo da minha crítica ao Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010) eu disse que não havia lido “nenhum livro que narra as aventuras do jovem Percy Jackson entre personagens da mitologia grega, vivendo disfarçados nos EUA. Mas, comparado ao resumo do livro e aos comentários dos leitores, que encontrei pela internet, o filme conta uma (outra) história apenas parecida e com (bem menos) personagens da série.” Mantenho o parágrafo e a maior parte do que disse sobre o filme anterior para essa nova empreitada de mitolices.

Percy Jackson (Logan Lerman) ainda é o mesmo garoto disléxico e com déficit de atenção que descobriu (por acaso) ser um semideus - filho de Poseidon (Deus do Mar) com a humana Sally Jackson - e um predestinado a salvar a Terra e ou o Olimpo das malignas forças divinas. Para a sua proteção e treinamento, ele vive, com outros assemelhados, no Acampamento Meio-Sangue. Desafios, intrigas, inveja, ciúmes etc fazem parte do jogo (já vistos na Hogwarts de Harry Potter). Desde que a sua origem foi desvelada Percy descobriu que há um bocado de profecias que o colocam no centro das atenções (para o bem ou para o mal) de todos os Titânicos Deuses.


Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of ​​Monsters, EUA, 2013), dirigido por Thor Freudenthal, trata da busca do “milagroso” Velocino de Ouro. De um lado Percy, o seu meio-irmão ciclope Tyson (Douglas Smith) - filho de Poseidon com uma ninfa do mar, Annabeth (Alexandra Daddario) - filha de Atena, o sátiro Grover (Brandon T. Jackson) e a competitiva Clarisse (Leven Rambin) - filha do deus da guerra Ares, querendo o velo para salvar a protetora do acampamento, Árvore de Thalia, que foi envenenada. De outro o mal-amado e traiçoeiro Luke (Jake Abel) - filho de Hermes, e a sua “gangue argonáutica”, que quer o tosão apenas para “resgatar” Cronos e se vingar dos deuses olimpianos. Todavia, para botar as mãos no precioso Velocino, todos vão precisar de alguma astúcia para vencer o Mar dos Monstros (também conhecido como Triângulo das Bermudas) e o ciclope Polifemo.

Baseado no 2º livro do escritor Rick Riordan, Percy Jackson e o Mar de Monstros é um filme de aventura previsível e ação coreografada na medida para encher os olhos da criançada. Esse saltitar pode cansar um adulto mais exigente ou um amante da mitologia grega que busca pela saga de um herói. Nesse mundo paralelo, onde Perseu, filho de Zeus, virou Percy, filho de Poseidon, por enquanto a jornada ainda não saiu do prólogo. O humor é assim-assim.  Salva-se a brevidade de Nathan Fillion, como Hermes, chefe da OPS (Olympic Postal Service), e uma tirada do Deus Dionísio (Stanley Tucci), que tem seus melhores vinhos transformados em água, por Zeus: "Os cristãos têm um cara que sabe fazer este truque ao contrário". Será que a garotada vai entender?


Percy Jackson, a nova franquia, mesmo seguindo uma fantasiosa linha infantil de “releitura atualizada” da rica mitologia grega, não consegue se livrar do fantasma de Harry Potter, a velha franquia. É impossível não comparar o drama dos protagonistas e as tramas que arrebanham os coadjuvantes. A variação de apetrechos (caneta-espada versus varinha mágica) e monstrengos também é mínima. O elenco é esforçado, mas, com personagens tão rasos, não tem muita chance de mostrar a que veio. Nem mesmo o promissor Logan Lerman, excepcional em As Vantagens de Ser Invisível (2012), consegue dar mais sabor ao insosso Percy.

O roteiro ralo de Marc Guggenheim e a direção morna de Freudenthal têm por alvo o público infantojuvenil (dos 8 aos 13 anos) e fãs de ocasião mais preocupados com efeitos especiais do que com os mitos gregos. Sem cerimônia, eles apelam para a fantasia (o cavalo marinho é belíssimo) e situações de medinho, onde nem mesmo um navio tripulado por confederados zumbis (?) apavora. As “situações de perigo” são ameaças facilmente resolvidas. Nem mesmo as “violentas” sequências do (fantástico) touro mecânico e da pífia batalha final (mix arremedo de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Fúria de Titãs 2 (2012) provocam alguma tensão. No máximo é um: Olé!, e um: Ahan! Enfim, nada que traumatize o espectador(zinho). Mas, dependendo do acompanhante...

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