terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Crítica: Sammy - A Grande Fuga



Em 2010 foi lançada, no Brasil, a belíssima animação As Aventuras de Sammy, protagonizada por três tartarugas: Sammy, Ray e Shelly. Uma fascinante produção belga, divisor de águas do 3D real (com tecnologia IMAX) e genéricos, que envolve o espectador numa surpreendente viagem de 50 anos pelas águas (e vida marinha e fluvial) da Terra, sem subestimar a inteligência dos espectadores.


Em 2013 Sammy e Ray estão de volta em Sammy - A Grande Fuga (Sammy's avonturen 2, Bélgica, 2012). Nesta segunda aventura, dirigida por Vincent Kesteloot e Ben Stassen, enquanto os dois velhos amigos, Sammy e Ray, cuidam dos recém-nascidos netos, Ricky e Ella, são capturados por caçadores e levados para um enorme aquário marinho, em Dubai, na companhia de Jimbo, um peixe-bola de olhos esbugalhados (especialista em se passar por morto) e de uma lagosta estressada. No gigantesco tanque subaquático, onde servem de espetáculo aos ricos turistas, conhecem o Big D, um minúsculo cavalo-marinho que se considera o rei do aquário e o único capaz de criar planos de fuga. Porém, sem se preocupar com D e seus capangas moreias, Sammy e Ray resolvem agir por conta própria e arranjar um jeito eficaz de fugir dali, para encontrar os netos perdidos no mar..., sem saber que Ricky e Ella também estão à procura deles.
  

Sammy - A Grande Fuga mantém a impressionante tecnologia 3D (real) que traz a ação tão perto do espectador que dá vontade de tocar. Visualmente continua impecável, os personagens são cativantes e bem desenhados, o argumento que denuncia o aprisionamento e sofrimento de animais marinhos ou terrestres, para deleite dos turistas, é ótimo, chama a atenção dos pequenos (e dos adultos!) sobre a maldade dos humanos... No entanto, depois de tantas animações sobre peixes sequestrados (Procurando Nemo ou o maluco Seefoof - Um Peixe Fora d’Água), que chegaram aos cinemas ou foram lançados diretamente em DVD, o roteiro de Domonic Paris (As Aventuras de Sammy), infelizmente, acaba soando repetitivo.

Não está fácil ser original nessa área, hoje em dia. Basta um grande estúdio anunciar a produção de uma animação (ou ficção) com um tema “X”, para que, antes que ela esteja pronta, dispute lugar com suas variantes. O que não parece ser o caso de Sammy, que está sendo lançado muito depois de Nemo, com quem tem pontos em comum. Se bem que a falta de ideias é o risco (calculado?) que corre toda a franquia, original ou não.


Há que se ressaltar que o alvo de Sammy - A Grande Fuga é o público infantil (cinco aos dez anos). O que justifica a simplicidade (e o cuidado) com que o roteiro aborda temas da fauna e da flora marítimas, amizade, solidariedade. É uma animação, ainda que redundante, graciosa. Todavia, se por um lado um acompanhante adulto se decepcionar, ao reconhecer (de outra história) um lugar em comum na trama (como a substituição de aquários e animais marinhos), mesmo que a narrativa se dê por um novo viés, por outro será muito bem recompensado com algumas sequências de ação bem divertidas e ou emocionantes, como a luta solitária de um Tubarão Martelo para se livrar do aquário. Apesar (ou por causa) da pouca inspiração do roteiro, um filme mediano.

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