sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Crítica: ParaNorman



Para ficar no básico e evitar polêmicas, dependendo do nível de informação e ou de submissão religiosa de quem o vê e, na ignorância, o julga, um paranormal não passa de um sujeito esquisito ligado a coisas estranhas (desconhecidas da ciência e ou da religião), deste e ou de outro mundo, e que também tem o dom de falar com mortos. Um tipo assim como o adorável Norman, protagonista da sublime animação ParaNorman, dos geniais diretores britânicos Sam Fell e Chris Butler.

A excelência de ParaNorman começa no título-trocadilho com paranormal, que felizmente foi mantido intacto por aqui. É um divertido thriller macabro que acompanha alguns dias na vida do solitário Norman, um gentil garoto de 11 anos que, por ter o dom de ver e conversar com os mortos, é tratado como uma aberração (freak) que envergonha sua família, intimida seus vizinhos e afasta seus colegas de escola. A hostilidade dos moradores da turística Blithe Hollow, na Nova Inglaterra, acaba aproximando ele e o simpático Neil, um menino gordinho que também sofre com os bullies e reage à violência do valentão cabeça de bagre Alvin, certo de que "...o bullying, é parte da natureza humana."


Para piorar as coisas, o excêntrico Sr. Prenderghast confia a Norman um segredo e a missão de realizar um ritual que protegerá a cidade da fúria vingativa da bruxa Aggie, morta há 300 anos. Mas o garoto perde o controle e, além da bruxa, sete zumbis saem dos seus túmulos, “clamando” por justiça. O pequeno Norman faz o que pode para contornar a situação, mas mesmo contando com a “ajuda” da sua aborrescente irmã Courtney, de Mitch, o irmão imbecil de Neil, e do descerebrado Alvin, não consegue conter o “ataque” dos “apavorantes” mortos-vivos que rumam para Blithe Hollow. Aí, pernas pra que te quero! Esta é uma história cheia de reviravoltas e se falar algo mais, estraga as surpresas e a pegadinha final!

ParaNorman, sem qualquer traço de pieguice, maniqueísmo e, melhor, sem lição de moral religiosa ou coisa que o valha (ou não!), instiga o espectador (de qualquer idade) a rever os seus próprios conceitos de (para)normalidade. O diferente pode não ser o outro! O seu roteiro é criativo e eficiente ao tratar assuntos “tabus” (paranormalidade e vida pós-morte) de forma original, divertida, com a medida exata de suspense, e sem subestimar a inteligência de nenhum espectador. Os personagens são muito expressivos, reais, cativantes.


A fascinante animação em stop motion, construída com “massinha” (especial) apresenta a mesma qualidade do recente e irretocável Piratas Pirados, e excelente resultado em 3D. É uma joia rara no mesmo quilate de Coraline ou A Noiva Cadáver..., e um tributo aos thrillers clássicos de terror e de zumbi (norte-americanos e italianos) dos anos 1980. A garotada acima dos 10 ou 12 anos e seus familiares (ou acompanhantes) mais velhos vão se “arrepiar”, rir e se emocionar com as confusões dos vivos e dos mortos-vivos tirando as suas diferenças..., que são muito mais parecidas do que se imagina. Ah, depois de assistir ao filme se delicie com o surpreendente making of.

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