terça-feira, 11 de outubro de 2011

Crítica: Os Três Mosqueteiros


O romance de aventura capa-e-espada Os Três Mosqueteiros, escrito em 1844, por Alexandre Dumas (1802 - 1870), que teve duas continuações: Vinte anos depois (1845) e O Visconde de Bagelonne (1847) - do qual faz parte O Homem Com a Máscara de Ferro, ganha uma inimaginável e grandiloquente versão cinematográfica. A divertida obra literária, com mais de 20 adaptações para o cinema, diversas animações e séries, volta às telas numa produção bem humorada, usando e abusando do melhor que a tecnologia pode oferecer. 


A história clássica fala do intrépido adolescente D’Artaghan (Logan Lerman), que deseja fazer parte da guarda palaciana e ruma a Paris onde, literalmente, acaba esbarrando nos “inseparáveis” três mosqueteiros: Athos (Matthew Macfadyen), Aramis (Luke Evans), Porthos (Ray Stevenson), e provocando um combate com soldados do malévolo Cardeal Richelieu (Christoph Waltz). Finda a luta, em vez de punição, ele é “premiado” e passa a servir o inseguro e fútil Rei Luis (Freddie Fox), que está sempre preocupado com a renovação do seu guarda-roupa. Em pouco tempo o intrépido garoto vai conhecer a graciosa Constance (Gabriella Wilde) e, na companhia dos novos amigos, enfrentar o “cão de guarda” Rochefort (Mads Mikkelsen), o oportunista e arrogante Duque de Buckingham (Orlando Bloom) e a bela espiã-dupla Milady de Winter (Milla Jovovich), capaz de abalar as estruturas da França, da Inglaterra, de Athos e do espectador desacompanhado. 


Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, Alemanha/França/Reino Unido, 2011) dirigido por Paul W.S. Anderson, a partir do roteiro de Andrew Davies e Alex Litvak, (como é usual) mantém a trama central da obra de Dumas, e toma alguma liberdade (mudando identidades civis, ordem das intrigas políticas e românticas, traições, espionagem, furtos), fazendo a narrativa ganhar novos rumos na terra e no céu. Juvenil, e com boa dose de ingenuidade nas piadas, o filme recupera o frescor perdido de Os Piratas do Caribe, numa aventura repleta de personagens divertidos e humanos (?) em sua vilania ou heroísmo. 


A riquíssima produção enche os olhos do espectador e também lhe tira o fôlego, tamanha a beleza cenográfica, figurinos e efeitos especiais capitaneados por ótimo 3D. É provável que grande parte do público, que se assustou com o (coerente) sanguinolento Conan, note (positiva ou negativamente) a falta de sangue, violência explícita, erotismo, mas vale (re)lembrar que esta (re)leitura é infanto-juvenil. A suavização da obra de Dumas (que é baseada em personagens históricos), em nada tira a graça desta suntuosa produção fantasiosa que ensaia a continuidade (com o Cerco de La Rochelle), parecendo querer contar a história completa.

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