Se você não gostou de Carros 2, deve gostar Transformers 3: O Lado Oculto da Lua. Se você gostou de Skyline: A Invasão (de Los Angeles) e de Invasão do Mundo - Batalha em Los Angeles, vai adorar este Transformers: Batalha em Washington. Se você gosta de rever à exaustão carros, gentes e prédios explodindo em câmera lenta, ao som de um trilha sonora horrorosa, vai enlouquecer com Transformers 3, de Michael Bay, um filme feito, na medida, para os fãs que suportarem a overdose de pancadaria por 2h30. E só!
Transformers 3: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark Side of The Moon, EUA, 2011) é mais do mesmo. Ou seja, continua falando da guerra entre os Autobots (mocinhos) e os Decepticons (vilões), tendo os “humanos” norte-americanos como saco de pancada. A história começa com uma guerra devastadora em Cybertron e a fuga fracassada de uma aeronave que se choca com a lua. Quando a URSS e os EUA descobrem “algo estranho” no Satélite da Terra, tem início a corrida espacial entre as nações e é armado o palco para mais uma batalha entre terráqueos, entre robôs e entre terráqueos e robôs pelo conhecimento e domínio etc. Depois do oportuno uso de VHS em X-Men First Class, ver a exploração gratuita do recurso (presidentes falando da corrida espacial), é vulgar.
Shia LaBeouf é o mesmo Sam Witwicky, agora formado e procurando emprego. Para variar ele tem uma nova namorada, Carly Spencer (Rosie Huntington-Whiteley), uma loira que, além de algumas caras e bocas, tem lá seus quinze minutos, mas está na fita mesmo como chamariz, para quem gosta do tipo aguado. O que não é difícil em um filme elencado por 99,99% de homens e máquinas. O rapaz, que nunca é levado a sério, apesar de estar sempre salvando a pátria americana, arranja um emprego que detesta, mas é onde descobre um novo plano dos robôs malvados e vai ter que se virar (e correr muito) para convencer as autoridades militares e especialistas de plantão da trama mortal dos “turistas” extraterrestres. O que se segue é o clichê de praxe (correia, gritaria, desconfiança, pancadaria, chantagem, humilhação, explosões, tiroteio) que, mesmo esticado universo afora, todo espectador sabe como vai terminar. Afinal, o filme é americanofílico.
Como é comum nesse tipo de produção, os militares, cientistas e autoridades em geral são bem cabeçudos. Porém, os gloriosos soldados, que formam aquele time de raça difícil de matar (ou seria de morrer?), são bons moços e ultra-sensíveis. Transformers 3, pra variar, não tem o humor juvenil do primeiro e sequer se preocupa em aliviar a tensão da violência explícita (sem sangue). A não ser que dar cara de Predador, Alien, Albert Einstein Japonês, Monstro-Múmia, aos robôs, e ou ver mais uma vez Ken Jeong (com o mesmo trejeito afeminado do Mr. Chow, de Se beber, não case), abaixar as calças etc, ou a esquisitice de Bruce Brassos (John Malcovitch), o chefe neurótico de Witwicky, ou a arrogância de Seymour Simmons (John Turturro), um ex-agente e escritor especializado em Transformers, seja realmente engraçado. É como se diz, humor (ou seria gosto?) não se discute, se lamenta!
Enfim, quem realmente é fã de Optimus Prime, o Capitão América dos robôs, e pagar para ver o “guerreiro gladiador” em ação, é capaz de não se decepcionar, já que o grandalhão vai estar em boa forma para ajustar contas com os robôs vira-casaca, ou melhor, vira-engrenagens. Já os fãs de Bumblebee vão perceber que o robô-camarada envelheceu e até perdeu o jeito de fazer graça. A série, pelo “apoteótico” final, se continuar, deve voltar “aonde tudo começou”, a nova febre das franquias, mostrando Transformers Babies e Transformers Teens, se é que já foram bebês e adolescentes algum dia. Por falar nisso, parece que em Cybertron só tem (ou tinha) Transformer macho, então.... Pelo menos eu não me lembro de ter visto alguma Transformer fêmea. E, pelo visto, os carros-robôs também não. Deve ser interessante saber como nasceram os brutamontes de ferro e aço.