quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Crítica: A Pedra Mágica


por Joba Tridente

A Pedra Mágica é a mais nova produção de Robert Rodriguez, o diretor prodígio de El Mariachi (1992) que encantou os cinéfilos adultos, com o seu cinema B, e foi ganhando platéias com Um Drink no Inferno (1996), Sin City – A Cidade do Pecado (2005), Planeta Terror (2007), e que também cometeu, com grande sucesso, alguns filmes para o público infanto-juvenil. O mais estranho é que são filmes pra lá de Z, bobinhos, barulhentos e cheios de efeitos especiais bacaninhas que levam a lugar nenhum.

A Pedra Mágica, em que Robert Rodriguez só faltou atuar, já que produziu, escreveu, dirigiu, fotografou, compôs a trilha e ainda fez a montagem do “filme”, que tem um de seus filhos como ator, é outra bobice sem tamanho. A “história”, uma colcha de retalhos cinematográficos bem ao gosto (?) de Hollywood, fala de um subúrbio americano (oh!) chamado Black Falls, onde todos trabalham para a Black Box (oh!), uma empresa com sede em um “destacado” prédio preto, que fabrica umas bobagens-faz-tudo pretas de “alta tecnologia”, cujo dono arrogante e prepotente, igual a seus filhos (ou seria o contrário?) usa roupa preta e trata seus (submissos) empregados como capachos e onde os moradores são estranhos (oh!) e tem um garoto bobo (nerd?) de 11 anos que não se dá com a irmã adolescente (oh!) e seus pais são tão ausentes que se comunicam apenas através do celular (oh!) e é maltratado pelos malvadões da escola e... Chega! Black Falls é um lugar esquisito e cheio de gente idiota onde, num dia chuvoso, três crianças enfadonhas encontram, na ponta de um arco-íris, uma pedra colorida que caiu do céu. A partir daí, a tal pedra encantada (que era preta ao cair) vai passando de mão em mão e realizando desastrosos desejos da gente tola, mesquinha, avarenta, do bairro. Assim como Deu a Louca no Mundo (Stanley Kramer) se dará também em Black Falls, e então todo mundo sabe como será o edificante final, já que é um filme americano e, é claro, moralizante. Ou seja, mostra a vida como ela não é e nem vai ser daqui a mil anos ou mais. Mas tem quem acredita. Talvez até valha a pena acreditar, para quem tem tempo pra isso.

A “história” de A Pedra Mágica é contada através de episódios embaralhados (na falta do que dizer é melhor confundir) que vêm e vão ao longo do filme dublado (argh!). Os efeitos especiais estão acima da média. O que não é nenhuma novidade nos filmes infanto-juvenis de Robert Rodriguez. No entanto, é difícil imaginar que uma criança acima de dez anos goste desta “história” barulhenta, mas sem nenhum encanto, magia, fantasia.

Caso seja um adulto, com a promessa de levar um parente jovem para ver a Pedra Mágica, se não conseguir entrar no clima infantilóide do filme, pode se divertir encontrando (sem precisar procurar) as muitas referências gráficas e cinematográficas de Robert Rodriguez. E nem é preciso ter visto todos os filmes do mundo, mas alguns dos mais divertidos. Eis algumas dicas: 1) Se achar que já viu a logomarca da tal Black Box em algum lugar (já viu mesmo!), é só procurar por logomarca/imagem no Google. 2) Se achar que as pequenas naves parecerem versões de última geração, mas sem a graciosidade, de um outro filme, force a memória e verá que O Milagre Veio do Espaço (Matthew Robbins). 3) Se achar que gente morta parece uma grande e nojenta meleca, não tema, chame Os Caça – Fantasmas (Ivan Reitman). 4) Se os minúsculos ETs parecerem engraçadinhos e inofensivos, cuidado: Marte Ataca (Tim Burton). 5) Se..., deixa pra lá, são muitas as “referências” do senhor Rodriguez. Afinal ele é um homem de cinema!

Bem, é isso. É ver pra crer. Ou não.

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